Thursday, July 22, 2010

Vou partir..

....mudar tudo, de novo. Desafiar-me. Não vou esquecer estes últimos meses. Trouxeram-me tanto, que não posso ignorá-los. Não posso, nem quero.

Sinto que esta etapa da minha vida está a ser bela. Plena. Sinuosa, sim. Mas com um propósito.

Afinal de contas, nothing worth living comes easy.

Quero ficar velhinho a teu lado - nem que, para isso, tenha que esperar a vida toda....

Vem. O amanhã é depois. O que interessa é o aqui e agora.

As respostas que procuras estão dentro do teu coração. Tanto como tu estás dentro do meu.

Vem. Eu vou partir daqui. Mas, para nós, não vou a lado nenhum...


Thursday, June 24, 2010

Quando temos algo que amamos, esquecemo-nos de duas coisas:

1. que tudo (TUDO) é impermanente e que, tal como surge - a pessoa, a emoção, o prazer - pode desaparecer;

2. que fomos felizes antes desssa pessoa, emoção, prazer, e que voltaremos a sê-lo depois, pois a verdadeira felicidade está dentro de nós e não fora.

Obrigado Teresa, por isto.

Friday, June 11, 2010

ELOGIO AO AMOR - Miguel Esteves Cardoso in Expresso

"Quero fazer o elogio do amor puro. Parece-me que já ninguém se apaixona de verdade. Já ninguém quer viver um amor impossível. Já ninguém aceita amar sem uma razão. Hoje as pessoas apaixonam-se por uma questão de prática.Porque dá jeito. Porque são colegas e estão ali mesmo ao lado. Porque se dão bem e não se chateiam muito. Porque faz sentido. Porque é mais barato, por causa da casa. Por causa da cama. Por causa das cuecas e das calças e das contas da lavandaria. Hoje em dia as pessoas fazem contratos pré-nupciais, discutem tudo de antemão, fazem planos e à mínima merdinha entram logo em "diálogo".

O amor passou a ser passível de ser combinado. Os amantes tornaram-se sócios. Reúnem-se, discutem problemas, tomam decisões. O amor transformou-se numa variante psico-sócio-bio-ecológica de camaradagem. A paixão, que devia ser desmedida, é na medida do possível. O amor tornou-se uma questão prática. O resultado é que as pessoas, em vez de se apaixonarem de verdade, ficam "praticamente" apaixonadas. Eu quero fazer o elogio do amor puro, do amor cego, do amor estúpido, do amor doente, do único amor verdadeiro que há, estou farto de conversas, farto de compreensões, farto de conveniências de serviço. Nunca vi namorados tão embrutecidos, tão cobardes e tão comodistas como os de hoje. Incapazes de um gesto largo, de correr um risco, de um rasgo de ousadia, são uma raça de telefoneiros e capangas de cantina, malta do "tá tudo bem, tudo bem", tomadores de bicas, alcançadores de compromissos, bananóides, borra-botas, matadores do romance, romanticidas. Já ninguém se apaixona? Já ninguém aceita a paixão pura, a saudade sem fim, a tristeza, o desequilíbrio, o medo, o custo, o amor, a doença que é como um cancro a comer-nos o coração e que nos canta no peito ao mesmo tempo?

O amor é uma coisa, a vida é outra. O amor não é para ser uma ajudinha. Não é para ser o alívio, o repouso, o intervalo, a pancadinha nas costas, a pausa que refresca, o pronto-socorro da tortuosa estrada da vida, o nosso "dá lá um jeitinho sentimental". Odeio esta mania contemporânea por sopas e descanso. Odeio os novos casalinhos. Para onde quer que se olhe, já não se vê romance, gritaria, maluquice, facada, abraços, flores. O amor fechou a loja. Foi trespassada ao pessoal da pantufa e da serenidade. Amor é amor. É essa beleza. É esse perigo. O nosso amor não é para nos compreender, não é para nos ajudar, não é para nos fazer felizes. Tanto pode como não pode. Tanto faz. É uma questão de azar. O nosso amor não é para nos amar, para nos levar de repente ao céu, a tempo ainda de apanhar um bocadinho de inferno aberto. O amor é uma coisa, a vida é outra. A vida às vezes mata o amor. A "vidinha" é uma convivência assassina. O amor puro não é um meio, não é um fim, não é um princípio, não é um destino. O amor puro é uma condição. Tem tanto a ver com a vida de cada um como o clima. O amor não se percebe. Não dá para perceber. O amor é um estado de quem se sente. O amor é um estado de quem se sente.

A desatar a correr atrás do que não sabe, não apanha, não larga, não compreende. O amor é uma verdade. É por isso que a ilusão é necessária. A ilusão é bonita, não faz mal. Que se invente e minta e sonhe o que quiser. O amor é uma coisa, a vida é outra. A realidade pode matar, o amor é mais bonito que a vida. A vida que se lixe. Num momento, num olhar, o coração apanha-se para sempre. Ama-se alguém. Por muito longe, por muito difícil, por muito desesperadamente. O coração guarda o que se nos escapa das mãos.

E durante o dia e durante a vida, quando não esta lá quem se ama, não é ela que nos acompanha - é o nosso amor, o amor que se lhe tem. Não é para perceber. É sinal de amor puro não se perceber, amar e não se ter, querer e não guardar a esperança, doer sem ficar magoado, viver sozinho, triste, mas mais acompanhado de quem vive feliz. Não se pode ceder. Não se pode resistir. A vida é uma coisa, o amor é outra. A vida dura a vida inteira, o amor não."

(texto roubado descaradamente do blog da Nádia)
Um dia voltarei a escrever neste blog.

Hoje ainda não é o dia...

Mas lá chegarei.

Sunday, January 31, 2010

Porque é que eu escrevo?...

Numa entrevista recente, perguntaram ao escritor francês Dominique Lapierre o seguinte:

"O que o motiva a escrever?"

A resposta foi esta: "Para mim, um livro é uma história de amor entre mim e um tema".

Se leste tudo desde o início, sabes do que falo. Este blog é também uma história de amor.

Entre mim e o meu tema preferido: tu.

Thursday, January 28, 2010

Paixão...

"A sua boca vermelha e experiente ensinou-lhe muito. A sua mão terna e insinuante ensinou-lhe muito. Ele, que no amor era ainda uma criança, com tendência para se atirar cega e sofregamente para o prazer como para um abismo, aprendeu que não se pode receber prazer sem dar prazer e que cada gesto, cada carícia, cada contacto, cada olhar, todos os ínfimos recantos do corpo têm o seu segredo, que podem dar a felicidade àquele que o sabe despertar.

Ela ensinou-lhe que os amantes não se devem separar, depois do festim do amor, sem se admirarem mutuamente, sem serem conquistados ou conquistarem, para que nenhum sinta tédio ou solidão (...)"

(Herman Hesse, Siddharta sobre Kamala)


Gostava de ter escrito isto. Contento-me em ter vivido um momento destes.

Sunday, January 24, 2010

Equilíbrios

Uma das pessoas que mais estimo e que tem um dos lugares mais especiais no meu coração dizia-me hoje que me acha diferente...no sentido de mais seguro, mais realista, mas também um pouco mais duro, mais desencantado com a vida.


O que de certa fora acarreta um certa perda de candura.


Não posso deixar de concordar com ela. Especialmente sendo uma pessoa muito especial e com quem não tenho, infelizmente a oportunidade de estar todos os dias..

Mas, mais do que concordar com ela, tenho de acrescentar que estou um pouco mais cínico com a vida...


Já não exulto com um vigor desproporcionado nas vitórias, mas também não dramatizo de forma pungente nas derrotas.


Os processos de crescimento pelos quais passamos diariamente acarretam uma série de danos colaterais. Mas, como Lavoisier tão bem o disse, nada se ganha, nada se perde. Tudo se transforma.


Do meu ponto de vista,o desafio é conseguirmos, quer na maior felicidade, quer na pior adversidade, preservarmos a nossa essência. Conseguirmos manter-nos fiéis aos nossos princípios orientadores de vida, à nossa filosofia.

E acho que isso tenho conseguido.


Estou mais realista, mais desencantado? Sim. Mas também mais seguro de mim, mais preparado. E é por estes dois motivos que continuo a sonhar como se tivesse 6 ou 7 anos....

Saturday, January 23, 2010

Devia fazer isto mais vezes.